segunda-feira, junho 14, 2004

Símbolos e outras coisas

O assunto "símbolos" surgiu em algumas ocasiões nestes últimos dias, em alguns papos que tive com a Aninha e o Damasceno (se você não sabe quem eles são, é porque não olhou o blog direito... Tsc tsc tsc. Há fotos dos dois em um link em meu profile. OK, já sei, você está com preguiça de ir lá. Então clique aqui. Mas vê se não acostuma)

Estávamos nós três sentados em um café qualquer da PUC, quando, sabe-se lá porque, o assunto "flores" entrou no meio da conversa. Sinceramente não me lembro quem enfiou o tema no meio do papo primeiro. Mas nosso querido Dama foi logo dando sua opinião: "Esse negócio de flores não tem nada a ver. Maior babaquice, nego dá flores como se isso significasse lá grandes coisas, amor, carinho, afeto, felicidade ou outra besteira. Vale muito mais ser carinhoso com minha namorada do que ficar dando esses presentes fajutos aí. Até hoje não comprei flores para ela. Só dei aquelas de catar no chão, quando você está passeando no bosque e tal. E outra, a flor uma hora morre. E aí? Então quer dizer que aquilo que elas simbolizam acabou também?". Logo que ele falou isso, me lembrei de uma ocasião em que comprei um buquê de margaridas para uma namorada minha e, depois de todo aquele nhem-nhem-nhem tradicional de "Oh, meu Deus, que lindo, você é um amor, Marcelo", ela vira e me solta: "São mesmo lindas!!! Pena que daqui a 3 dias estarão todas murchas e mortas...". Um amor, não? Só de birra, as tais margaridas ficaram uns 5-6 dias vivas. E o namoro mesmo acabou murchando só alguns meses depois.

"COMO ASSIM FLOR É BABAQUICE?!?!?!!?!?! GAROTO, QUAL O SEU PROBLEMA???"

Sim, logo que Damasceno falou isso, deparou-se com a fúria de Aninha. A fúria de Aninha é algo curioso. Ela não faz cara feia, não diz impropérios ou coisa do gênero; em geral, apenas solta uma ou duas frases e esboça um sorriso amarelo que só Aninha sabe dar. E você se sente o cara mais babaca do mundo. Digo isso porque já passei pela experiência de lidar com a fúria de Aninha antes. É terrível. Mas tem uma pessoa no mundo que consegue enfrentá-la muito bem. Aliás, não só enfrenta como ri dela. Sim, essa pessoa é o Damasceno. Ele riu da expressão amarela de Aninha e continuou com a sua tese sobre como flores são inúteis e fajutas, que agora já não me lembro mais qual é. É impressionante, alguns dias depois Aninha mandou uma mensagem de celular furiosa para ele novamente, falando do lance das flores. Já eram 11 e pouca da noite. Diz ele que não se deu nem ao trabalho de responder. Apenas riu e foi dormir. Cara, que inveja.

Bom, fúrias de Aninha à parte, não consigo entender o motivo de as pessoas hoje em dia criticarem tanto os símbolos de uma forma geral, estejam eles envolvendo valores sociais, culturais ou religiosos. Para mim isso parece coisa de gente que adora sair por aí enaltecendo a beleza da racionalidade humana e não dá valor a nada que não seja comprovado cientificamente. Hoje em dia tem bispo indo a televisão chutar imagem de santa, gente dizendo que usar aliança de compromisso é a coisa mais ridícula e artificial do mundo ou que dar flores simbolizando amor é hipocrisia.

Porquê tanta implicância com esses tipos de objetos e atitudes? No fundo dá pra perceber que as pessoas realmente dão valor ao puro simbolismo de certos objetos. Pegue o caso das flores, por exemplo. Sério, nunca me deparei com alguma garota que não gostasse de flores, ou que não se derretesse ao ganhar um imenso buquê colorido. Isso vale desde a menina mais paty-cor-de-rosa à garota mais dark-gótica-black-metal-satânica do mundo. Ainda sustento a tese de que até a mulher do Diabo deve gostar delas.

Se símbolos não fossem importantes, não haveria milhões de cruzes penduradas nas salas de tantas casas ao redor do mundo. Flores ainda têm a desculpa de serem bonitas e cheirarem bem. São o máximo para melhorar a decoração da casa. Agora, não me venham dizer, por exemplo, que o mesmo se aplica a uma cruz com um homem crucificado em cima. E o pior é que elas parecem ser mais onipresentes por aí do que os vasos de flores. Estão nas paredes das salas de estar, nas salas de colégios e faculdades, nas igrejas (duh!) e algumas vezes até nos pescoços das pessoas. Sim, você nunca tinha se dado conta da quantidade de cadáveres andando pendurados por aí, não é mesmo? Para quem não compartilha da fé católica, pode ser algo extremamente irritante. Digo isso por experiência própria. Não tem coisa no mundo mais "corta-clima". Imagine só, você está lá, numa boa, assistindo sua aula ou almoçando na mesa da sala. De repente olha para cima e se depara com um homem ensagüentado de aspecto cadavérico, morrendo semi-nu, todo esfarrapado e pregado no alto de uma cruz de madeira. Cara, depois que você olha para uma coisa dessas é angustiante continuar na sala tentando prestar atenção na aula ou prosseguir com a refeição.

Ainda assim, há milhões desses cadáveres espalhados pelo mundo. Se o que está por trás disso não é a beleza, é porque o dito cujo deve ter lá o seu valor. E, apesar do tom do parágrafo anterior, eu respeito isso pra caramba. Tenho certeza de que minha simples aversão à cena é de uma magnitude infinitamente menor do que aquilo que o morto representa para as pessoas que compartilham da religião em questão.

Pensem nisso, e por favor pensem duas vezes também antes de criticar qualquer tipo de manifestação não-racional que vocês não acreditem ou compreendam. Para quem não tem aquilo no coração, é muito mais fácil ignorar, passar por cima ou aprender a lidar e conviver com isso. É melhor do que tocar na ferida dos outros, que sempre dói mais do que na nossa.

Isso se chama tolerância.

Ah, sim. E nunca digam para uma mulher que flor é uma grande babaquice. Especialmente à Aninha.

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Essa semana me deparei com um dos textos mais engraçados que já li em muito tempo na net. Infelizmente, só quem gosta ou está minimamente familiarizado com o que seja black metal irá entendê-lo. Por isso, em vez de colar o texto aqui, limitei-me a colocar um link. Basicamente, é uma tiração de sarro com o black metal, falando de suas 101 leis "fundamentais". Pegue o texto e mande para todos os fãs do gênero que você conhece, é de rolar de rir! (OK, usar uma expressão como essa possivelmente infringe a primeira lei do texto... hehehehe)

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Geralmente eu detesto esses testes de Internet, do tipo "Qual bicho de pelúcia você foi na última encarnação?" ou "Que faceta do Daltony você é?" (tá, tudo bem, esse aí é bacana... hehehehe). Mas nessa de ficar visitando blogs de pessoas aleatórias, me deparei com um realmente criativo e com perguntas bem boladas. É o Dante's Inferno Hell Test, que parece medir o nível de "impureza" das pessoas.

Só fiquei profundamente decepcionado com o meu resultado:

The Dante's Inferno Test has sent you to the First Level of Hell - Limbo!
Here is how you matched up against all the levels:
LevelScore
Purgatory (Repenting Believers)Very Low
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers)High
Level 2 (Lustful)Low
Level 3 (Gluttonous)Moderate
Level 4 (Prodigal and Avaricious)Very Low
Level 5 (Wrathful and Gloomy)High
Level 6 - The City of Dis (Heretics)Moderate
Level 7 (Violent)Moderate
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers)Moderate
Level 9 - Cocytus (Treacherous)Moderate

Take the Dante's Inferno Hell Test

PORRA !!!!!

Limbo é sacanagem.

Senti-me um ser terrivelmente bom. O pior é que "Virtuous Non-Believers" até combina comigo.

Pra piorar, a menina que tem o blog no qual encontrei esse teste foi banida para o sétimo (!!!) nível do inferno. Não é à toa que o blog dela se chama "My Dark Realm". Eu só não entendi como o blog de uma pessoa tão maligna pode ter um template tão rosa e bonitinho, com direito até a urso de pelúcia. Um dia ainda pergunto pra ela.

O que mais me revolta é que um caçador de dragões devia ser banido, no mínimo, para o nível 4 do Inferno, e não passar a eternidade no limbo, que deve ser insuportavelmente chato. Olhem para o naipe de um caçador desse tipo. Bah, com certeza lá ele não vai encontrar mulheres sensuais vestidas com mini-saias vermelhas, nem dragões ou power metal.

Hum.....

A culpa deve ser toda do H.M.J, sim, esse safado do H.M.J. Tudo por causa dessa sua maldita (na verdade bendita) "Flying V" abençoada.

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Para terminar esse megapost metal-maligno, gostaria de informar a todos que estou publicando o texto ao som de "Angel in Black", do Primo Feio. Sim, aquecendo as turbinas para o show de 3a feira no Canecão :)