domingo, junho 20, 2004

Pausa

Devido a razões pessoais e acadêmicas, infelizmente este blog terá que passar por uma pausa de 2 semanas.

Durante este período também me desligarei de outras atividades "internéticas", como emails, visitas a blogs e fotologs alheios, Yahoogrupos, ICQ e ao recém-descoberto Orkut. Por ter ficado só na sacanagem durante todo este período, essas próximas 2 semanas serão uma loucura total e vou precisar manter o PC desligado.

Para quem me mandou emails nessa última semana, não se preocupe, estão todos devidamente salvos no meu Outlook :) . No início de julho darei uma organizada geral lá e respondo todo mundo.

E é claro, quem precisar falar comigo com mais urgência pode sempre ligar para minha casa ou para o meu celular!

Até!!

segunda-feira, junho 14, 2004

Símbolos e outras coisas

O assunto "símbolos" surgiu em algumas ocasiões nestes últimos dias, em alguns papos que tive com a Aninha e o Damasceno (se você não sabe quem eles são, é porque não olhou o blog direito... Tsc tsc tsc. Há fotos dos dois em um link em meu profile. OK, já sei, você está com preguiça de ir lá. Então clique aqui. Mas vê se não acostuma)

Estávamos nós três sentados em um café qualquer da PUC, quando, sabe-se lá porque, o assunto "flores" entrou no meio da conversa. Sinceramente não me lembro quem enfiou o tema no meio do papo primeiro. Mas nosso querido Dama foi logo dando sua opinião: "Esse negócio de flores não tem nada a ver. Maior babaquice, nego dá flores como se isso significasse lá grandes coisas, amor, carinho, afeto, felicidade ou outra besteira. Vale muito mais ser carinhoso com minha namorada do que ficar dando esses presentes fajutos aí. Até hoje não comprei flores para ela. Só dei aquelas de catar no chão, quando você está passeando no bosque e tal. E outra, a flor uma hora morre. E aí? Então quer dizer que aquilo que elas simbolizam acabou também?". Logo que ele falou isso, me lembrei de uma ocasião em que comprei um buquê de margaridas para uma namorada minha e, depois de todo aquele nhem-nhem-nhem tradicional de "Oh, meu Deus, que lindo, você é um amor, Marcelo", ela vira e me solta: "São mesmo lindas!!! Pena que daqui a 3 dias estarão todas murchas e mortas...". Um amor, não? Só de birra, as tais margaridas ficaram uns 5-6 dias vivas. E o namoro mesmo acabou murchando só alguns meses depois.

"COMO ASSIM FLOR É BABAQUICE?!?!?!!?!?! GAROTO, QUAL O SEU PROBLEMA???"

Sim, logo que Damasceno falou isso, deparou-se com a fúria de Aninha. A fúria de Aninha é algo curioso. Ela não faz cara feia, não diz impropérios ou coisa do gênero; em geral, apenas solta uma ou duas frases e esboça um sorriso amarelo que só Aninha sabe dar. E você se sente o cara mais babaca do mundo. Digo isso porque já passei pela experiência de lidar com a fúria de Aninha antes. É terrível. Mas tem uma pessoa no mundo que consegue enfrentá-la muito bem. Aliás, não só enfrenta como ri dela. Sim, essa pessoa é o Damasceno. Ele riu da expressão amarela de Aninha e continuou com a sua tese sobre como flores são inúteis e fajutas, que agora já não me lembro mais qual é. É impressionante, alguns dias depois Aninha mandou uma mensagem de celular furiosa para ele novamente, falando do lance das flores. Já eram 11 e pouca da noite. Diz ele que não se deu nem ao trabalho de responder. Apenas riu e foi dormir. Cara, que inveja.

Bom, fúrias de Aninha à parte, não consigo entender o motivo de as pessoas hoje em dia criticarem tanto os símbolos de uma forma geral, estejam eles envolvendo valores sociais, culturais ou religiosos. Para mim isso parece coisa de gente que adora sair por aí enaltecendo a beleza da racionalidade humana e não dá valor a nada que não seja comprovado cientificamente. Hoje em dia tem bispo indo a televisão chutar imagem de santa, gente dizendo que usar aliança de compromisso é a coisa mais ridícula e artificial do mundo ou que dar flores simbolizando amor é hipocrisia.

Porquê tanta implicância com esses tipos de objetos e atitudes? No fundo dá pra perceber que as pessoas realmente dão valor ao puro simbolismo de certos objetos. Pegue o caso das flores, por exemplo. Sério, nunca me deparei com alguma garota que não gostasse de flores, ou que não se derretesse ao ganhar um imenso buquê colorido. Isso vale desde a menina mais paty-cor-de-rosa à garota mais dark-gótica-black-metal-satânica do mundo. Ainda sustento a tese de que até a mulher do Diabo deve gostar delas.

Se símbolos não fossem importantes, não haveria milhões de cruzes penduradas nas salas de tantas casas ao redor do mundo. Flores ainda têm a desculpa de serem bonitas e cheirarem bem. São o máximo para melhorar a decoração da casa. Agora, não me venham dizer, por exemplo, que o mesmo se aplica a uma cruz com um homem crucificado em cima. E o pior é que elas parecem ser mais onipresentes por aí do que os vasos de flores. Estão nas paredes das salas de estar, nas salas de colégios e faculdades, nas igrejas (duh!) e algumas vezes até nos pescoços das pessoas. Sim, você nunca tinha se dado conta da quantidade de cadáveres andando pendurados por aí, não é mesmo? Para quem não compartilha da fé católica, pode ser algo extremamente irritante. Digo isso por experiência própria. Não tem coisa no mundo mais "corta-clima". Imagine só, você está lá, numa boa, assistindo sua aula ou almoçando na mesa da sala. De repente olha para cima e se depara com um homem ensagüentado de aspecto cadavérico, morrendo semi-nu, todo esfarrapado e pregado no alto de uma cruz de madeira. Cara, depois que você olha para uma coisa dessas é angustiante continuar na sala tentando prestar atenção na aula ou prosseguir com a refeição.

Ainda assim, há milhões desses cadáveres espalhados pelo mundo. Se o que está por trás disso não é a beleza, é porque o dito cujo deve ter lá o seu valor. E, apesar do tom do parágrafo anterior, eu respeito isso pra caramba. Tenho certeza de que minha simples aversão à cena é de uma magnitude infinitamente menor do que aquilo que o morto representa para as pessoas que compartilham da religião em questão.

Pensem nisso, e por favor pensem duas vezes também antes de criticar qualquer tipo de manifestação não-racional que vocês não acreditem ou compreendam. Para quem não tem aquilo no coração, é muito mais fácil ignorar, passar por cima ou aprender a lidar e conviver com isso. É melhor do que tocar na ferida dos outros, que sempre dói mais do que na nossa.

Isso se chama tolerância.

Ah, sim. E nunca digam para uma mulher que flor é uma grande babaquice. Especialmente à Aninha.

-----

Essa semana me deparei com um dos textos mais engraçados que já li em muito tempo na net. Infelizmente, só quem gosta ou está minimamente familiarizado com o que seja black metal irá entendê-lo. Por isso, em vez de colar o texto aqui, limitei-me a colocar um link. Basicamente, é uma tiração de sarro com o black metal, falando de suas 101 leis "fundamentais". Pegue o texto e mande para todos os fãs do gênero que você conhece, é de rolar de rir! (OK, usar uma expressão como essa possivelmente infringe a primeira lei do texto... hehehehe)

-----

Geralmente eu detesto esses testes de Internet, do tipo "Qual bicho de pelúcia você foi na última encarnação?" ou "Que faceta do Daltony você é?" (tá, tudo bem, esse aí é bacana... hehehehe). Mas nessa de ficar visitando blogs de pessoas aleatórias, me deparei com um realmente criativo e com perguntas bem boladas. É o Dante's Inferno Hell Test, que parece medir o nível de "impureza" das pessoas.

Só fiquei profundamente decepcionado com o meu resultado:

The Dante's Inferno Test has sent you to the First Level of Hell - Limbo!
Here is how you matched up against all the levels:
LevelScore
Purgatory (Repenting Believers)Very Low
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers)High
Level 2 (Lustful)Low
Level 3 (Gluttonous)Moderate
Level 4 (Prodigal and Avaricious)Very Low
Level 5 (Wrathful and Gloomy)High
Level 6 - The City of Dis (Heretics)Moderate
Level 7 (Violent)Moderate
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers)Moderate
Level 9 - Cocytus (Treacherous)Moderate

Take the Dante's Inferno Hell Test

PORRA !!!!!

Limbo é sacanagem.

Senti-me um ser terrivelmente bom. O pior é que "Virtuous Non-Believers" até combina comigo.

Pra piorar, a menina que tem o blog no qual encontrei esse teste foi banida para o sétimo (!!!) nível do inferno. Não é à toa que o blog dela se chama "My Dark Realm". Eu só não entendi como o blog de uma pessoa tão maligna pode ter um template tão rosa e bonitinho, com direito até a urso de pelúcia. Um dia ainda pergunto pra ela.

O que mais me revolta é que um caçador de dragões devia ser banido, no mínimo, para o nível 4 do Inferno, e não passar a eternidade no limbo, que deve ser insuportavelmente chato. Olhem para o naipe de um caçador desse tipo. Bah, com certeza lá ele não vai encontrar mulheres sensuais vestidas com mini-saias vermelhas, nem dragões ou power metal.

Hum.....

A culpa deve ser toda do H.M.J, sim, esse safado do H.M.J. Tudo por causa dessa sua maldita (na verdade bendita) "Flying V" abençoada.

-----

Para terminar esse megapost metal-maligno, gostaria de informar a todos que estou publicando o texto ao som de "Angel in Black", do Primo Feio. Sim, aquecendo as turbinas para o show de 3a feira no Canecão :)

domingo, junho 06, 2004

Privilegiadas

Minha fisioterapeuta-RPGista-guia-mentora-gurua Luciana tem um cabelo fantástico. É um daqueles encaracolados enormes que chegam quase até a cintura. E não é um "quase até a cintura" de uma mulher baixinha não, ela deve ter pelo menos uns 1,65-1,70m de altura. A dita cuja ainda é magra, o que só faz com que suas enormes mechas chamem ainda mais a atenção. Ele nem se encaixa naquele exemplo clássico de cabelo bacana, que seria o muito longo e muito liso. Mesmo assim, é daqueles que você olha e fica um bom tempo admirando, antes de retornar ao planeta Terra novamente.

Uma noite dessas, quando voltava para casa depois de um dia de trabalho, ela acabou dividindo o elevador de seu prédio com uma velhinha e sua enfermeira. Uma daquelas velhinhas clássicas, a típica vovó da televisão: pequenininha, gordinha, cara redonda e cabelos brancos (não, ela não era uma dessas senhoras que fica pintando cabelo por aí. Tem coisa mais ridícula do que velhinhas de cabelo verde?). As duas já estavam no fundo do elevador quando ela entrou, quase encostadas na parede. Depois de apertar o botão de seu andar, minha gurua ficou de pé em frente à porta e de costas para ambas, até porque o elevador era minúsculo e não havia mais onde ficar.

Depois de ter passado um andar, Luciana sentiu algo tocando seu cabelo. Segundos depois, a sensação foi embora. "Devia ter sido só impressão mesmo". O elevador passou por mais um andar, e, de repente, lá estava ela sentindo coisas em seu cabelo de novo. Virou-se subitamente. Ficou surpresa com o que viu: nossa querida e grisalha senhora estava entretídissima com seus fios, apalpando, acariciando e enrolando seus dedos por entre as mechas da fisioterapeuta. Luciana começou a rir: era de certa forma engraçado como a velhinha estava envolvida naquele extravagante exame capilar. A enfermeira, ao se dar conta da cena, soltou um "Hãã?!?!" de surpresa e deu um leve tapa no ombro da pobre velha: "Dona Irene, olhe os modos!!". Dona Irene, ignorando solenemente a bronca da enfermeira, olha para cima (lembre-se, Luciana não é baixinha!) com aquela cara de quem não estava fazendo absolutamente nada de mais, e solta: "Nossa, querida... ele é de verdade?". A Lu caiu no riso: "É sim, senhora". E fez um pequeno gesto para a enfermeira, dizendo que estava tudo bem. Daí Dona Irene começou com um daqueles papos de velhinhas: "Quando eu tinha a sua idade, meu cabelo era bonito e charmoso como o seu! Só que, com o tempo, não tem santo que ajude, né? Hoje em dia só me sobrou isso que você está vendo aqui...". E por aí foi, até que o andar da minha RPGista chegou e ela teve que descer. (Engraçado como as pessoas sempre dizem que estão "descendo" do elevador, estejam elas em processo de subida ou descida. Se é que o ato de "descer" do elevador dependeria do fato de ele estar originalmente subindo ou descendo mesmo... pensando bem, acho que não)

Curiosamente, se você, cidadão comum, virar para uma mulher que não conhece e perguntar se o cabelo dela é de verdade, provavelmente iria escutar uns bons palavrões. E se o dia estivesse chuvoso, talvez até levasse umas (supostamente) merecidas guarda-chuvadas. No entanto, as velhinhas fazem essa pergunta e, por causa de suas caras peculiares e irresistíveis, tudo o que recebem são a própria resposta da pergunta (que era o que você queria em primeiro lugar) e um sorriso que disfarça um "Que gracinha...". Porque velhinhas são simpáticas, inocentes e uns amores de pessoas.

Isso é tão injusto.

Também sou simpático e um amor de pessoa.

Fico imaginando o que me aconteceria se eu saísse por elevadores afora apalpando e acariciando cabelos de mulheres desconhecidas. Acho que só ia levar tapa na cara. E ser xingado de tarado.

E na verdade tudo o que tenho é uma pura e tenra paixão por cabelos.

-----

Da série "Coisas que até um tempo atrás você nunca se imaginaria escrevendo":

"Bom, eu tinha começado a juntar essas coisas nessa caixa há pouco mais de um mês atrás, para lhe dar de presente no dia de seu aniversário. (Afinal, todo nós sabemos que você resolveu não ser fácil e nascer às vésperas do dia dos Namorados. Eu esperava caprichar bem em pelo menos um dos presentes!)

Acabou que, depois do 12 de maio, algumas das coisas que eu já tinha colocado aqui e o cartão que estava montando ficaram um pouco fora de contexto, e tiveram que ir para a lata de lixo. De uma forma ou de outra, ainda sobraram aqui dentro algumas coisas que possivelmente terão um mínimo valor prático (NESTE LUGAR DO PAPEL ESTAVA COLADO UM ADESIVO QUE OS LEITORES DESSE BLOG NUNCA VÃO SABER O QUE É... ATÉ PORQUE NINGUÉM ENTENDERIA MESMO). Ou de repente não, sei lá.
No mais, que o seu próximo ano seja melhor do que aquele que passou, que você tenha um ótimo dia de aniversário e o tire para passar com as pessoas de quem você gosta.

Felicidades,

Marcelo"


E sabe que entregar o raio da caixa me fez um bem danado? Eu achava que ia ser bem mais estranho e desconfortável do que realmente foi.

O lado bom disso tudo é que ultimamente meus relacionamentos "posteriores" têm se mostrado melhores e mais enriquecedores do que os "anteriores" (falo do meu último em relação ao penúltimo, do penúltimo em relação ao antepenúltimo, etc). Sei que você não pode dar nenhum tipo de qualificação "ordinal" a namoros; o que quero dizer é simplesmente que aqueles que se seguem sempre adquirem um significado maior na minha vida do que aqueles que vieram antes. Não sei se deu pra entender.

Entendendo ou não, a moral da história é que, a coisa continuando por esse caminho, mais alguns namoros e, voilà, lá estarei eu casando com uma linda noiva no altar da igreja.

Ou no cartório, caso ela tenha a mesma simpatia em relação ao catolicismo do que eu.